Vinho sem Álcool e suas reticências…
Esse assunto permeia minha mente…
Há algum tempo postei em meu Instagram um vídeo provando dois produtos não classificados como vinho, mas que fazem sua representação social e recebi muitos comentários de pessoas interessadas nos produtos e que compartilham da ideia do vinho como um instrumento de lifestyle também.
Eu concordo muito com essa ideia e penso que, é uma excelente ferramenta para “fazer parte da turma” quando o álcool não pode ser consumido.
Mas nos últimos tempos, especialmente depois da pandemia, o assunto aparece com maior frequência em publicações pelo mundo.
Eu confesso que, em alguns momentos, me sinto animada com essa possibilidade de crescimento, mas ai penso: eu nunca vejo ninguém tomando esses vinhos.
Há efetivamente espaço para eles? Eles vão prejudicar o consumo dos vinhos tradicionais?
Um texto da brilhante Ewa Cretóis no Linkedin me fez pensar se não estamos embarcando numa onda de marketing e não na salvação do mundo dos vinhos:
“Produzir sem álcool é uma escolha de marketing.
E como todas as opções de marketing, não agrada a todos.”
Os investimentos para produção de vinhos sem álcool são altos e só se justificam com um aumento efetivo de consumo, o que, segundo alguns produtores com quem já conversei, ainda não rolou por aqui…
Por outro lado, há produtos que, por não contarem com estrutura adequada na elaboração, se tornam muito desinteressantes e isso pode atrapalhar o crescimento da categoria antes mesmo que ela efetivamente se desenvolva.
Não sou contra o vinho sem álcool, mas sou menos otimista do que muitos que acham que esse é o futuro do mundo do vinho e defendem crescimentos exponenciais.
Começo a enxergar a “tendência” do vinho sem álcool quase como o crescimento do vinho rosé – que nunca chegou massivamente por aqui – algo que mais movimenta discussões do que taças de vinhos por aí.