O marketing de influência e sua importância no mercado dos vinhos
Jane Kettlewell, fundadora e proprietária da Creative Palate Communications, uma agência com grandes clientes em nosso setor, pontuou em uma entrevista recente que receber 99 pontos em um vinho por determinado crítico representa um fator menos importante hoje para as vendas do que já representou. Quando questionada se “Jay-Z segurando uma garrafa do seu vinho vende mais”, a resposta foi contundente: “Sim. Com certeza, sim.”
Embora poucas marcas tenham dinheiro para pagar por um nome como Jay-Z, existem inúmeros outros influenciadores, escritores e criadores de conteúdo promissores à disposição do mercado. Mas, mais do que o orçamento disponível, é importante entender o que se pretende com a ação.
Quem fideliza mais?
Pesquisas mostram que, em mãos de grandes influenciadores, há um estouro de vendas do produto anunciado, mas para um público que não é o alvo constante da marca. Por outro lado, publicações com profissionais de credibilidade no setor promovem um movimento constante e formador de vínculos nessa comunicação. Isso é muito relevante para setores como o do vinho, que é praticamente um estilo de vida e não apenas um bem de consumo.
Então não é qualquer influenciador? Qual o perfil mais vendedor?
O influenciador por si não é um vendedor. É um criador de oportunidades de consumo. Uma ferramenta adicional que atinge grandes audiências de forma rápida e eficaz. Sem uma base de comunicação coesa, dificilmente um post, por mais bem feito que seja, surtirá efeitos.
Sobre seguidores qualificados: Números podem não ser o caminho do sucesso. Uma quantia alta de seguidores pode não representar o montante de vendas que uma comunidade pequena, porém engajada, é capaz de promover.
Sobre credibilidade: A tal autoridade de mercado vale muito. E isso não está ligado ao número de certificações ou cursos, mas à linha de trabalho estabelecida pelo influenciador, suas associações e sua constância.
A pessoa: A credibilidade predispõe uma figura com lisura em suas opiniões. Grandes comunicadores que apelam para falsas polêmicas, para um desequilíbrio entre o que mostram na internet versus o que vivem na intimidade cansam e desestimulam a audiência. E o seu produto vai junto…
Responsabilidade social: Preocupações como o consumo responsável, o consumo apenas por maiores de idade e a sinalização de publicidades referenciam o trabalho do influenciador. Além disso, evitam medidas das redes sociais, dos órgãos de regulamentação publicitária e da Justiça, que podem bloquear operações midiáticas do influenciador e do anunciante.
Influenciador como parte da construção da marca
Sem dúvida a afinidade com o projeto faz crescer a coerência da comunicação. A sinergia entre os discursos e posturas nessa relação faz toda diferença e pode ir desde a concepção do produto até sua utilização propriamente dita. O tal “rosto da marca” é mais do que um rosto. Outrossim, parcerias longas têm ganhado mais e mais espaço, substituindo os disparos enormes por muitos influenciadores em campanhas “sem alma”.
Há ainda muito a se debater sobre o tema, até porque há pouco tempo a “influência” sequer era considerada uma profissão. Mas uma coisa é certo: a escolha adequada pode ser ponto chave para a credibilidade, constância e crescimento da marca. E, como sempre, com boas ações para o setor ganhamos todos.
Até o próximo mês!