Pinot Noir: o que saber sobre essa uva?
Não se deixe enganar se te disserem que a uva Pinot Noir resulta apenas em vinhos leves e com pouco corpo (tipo uma sensação relativamente baixa de peso em boca). A Pinot, se fosse uma pessoa, seria aquela que não se adapta bem em qualquer lugar e, até por conta disso, pode surpreender.
CURIOSIDADE
A palavra Pinot vem do latim e significa Pinha, por conta do formato do cacho dessa uva.
Já a origem da Pinot Noir não é assim tão surpreendente. Estamos falando da França, claro, e mais precisamente da região da Borgonha, e de onde saem alguns dos Pinots mais caros do mundo. Aqui os vinhos podem variar bastante em qualidade, mas no geral podemos esperar rótulos com aromas de frutas vermelhas frescas como o morango, a cereja, e notas de cogumelo. Alguns exemplares podem passar por barrica, e essa passagem na madeira aporta notas como baunilha em pau e canela.
Lembra que a Pinot Noir não se adapta bem em qualquer região ou clima? Pois é, isso faz com que os vinhos produzidos com essa cepa também não sejam assim, uma pechincha.
E onde mais podemos encontrá-la?
Algumas versões mais frutadas dessa uva podem ser encontradas nas regiões de Casablanca, no Chile, Martinborough, na Nova Zelândia e Sonoma, nos Estados Unidos.
Expressões mais terrosas dessa casta surgem em locais como Oregon, também nos Estados Unidos, Central Otago, na terra dos Kiwi e em alguns locais da África do Sul.
Detalhe: a Pinot Noir tem um apreço especial por solos do tipo argilo-calcário. Na Borgonha esse tipo de solo é abundante e, por contar com altas inclinações, tem boa drenagem e permite a maturação perfeita dos bagos. Com altas diferenças de temperatura entre dia e noite, voilá, temos a combinação perfeita para a Pinot brilhar e gerar uvas com grande potencial de complexidade.
Borbulhas
Mesmo vigorando em vinhos tintos, a Pinot Noir é usada na produção de vinhos rosés e até em espumantes brancos. E nós não estamos falando de qualquer espumante: a Pinot Noir é uma das principais uvas usadas na produção de Champagne. Ela aporta finesse aos vinhos desta localidade, e o sucesso é tanto, que em outras regiões do mundo ela também virou desejada na produção dos efervescentes.
DICA DE ESPECIALISTA 1: o que esperar de um vinho tinto feito com a Pinot Noir?
No visual: vermelho tendendo ao translúcido
No nariz: predominância de frutas vermelhas, toque mais terroso (tipo terra mesmo, gente!), cogumelo e algumas especiarias doces
No paladar: taninos presentes mas menos marcados, ou seja, são delicados, não vão secar demais sua boquinha linda; acidez normalmente elevada, o que colabora com o frescor
DICA DE ESPECIALISTA 2: é pra guardar ou pra beber?
Depende. Possivelmente você terá a resposta sobre o potencial de guarda do seu Pinot Noir pelo preço. Mas a grande maioria dos produtos disponíveis no mercado é para consumo em até 5 anos.
DICA DE ESPECIALISTA 3: e pra comer junto?
Alguns rótulos produzidos com essa cepa são facilmente tomados sozinhos. E digo mais, são ótimos companheiros para quem não abre mão de um vinho tinto, mesmo no calor. Isso porque tintos de Pinot podem ser servidos a uma temperatura mais baixa que a maior parte dos outros tintos.
Mas se quiser dicas de harmonização, dispense os pratos muito intensos e que podem matar o seu vinho. Risotos, peixes mais encorpados e algumas massas, especialmente com cogumelos, são boas pedidas.
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A arte desse post foi feita por uma designer convidada, a Cris Akie.
Até mais!