Concurso de vinhos por Keli Bergamo

Devo confiar nas notas e medalhas atribuídas aos vinhos?

No começo do mês de Junho, fui jurada em um concurso de vinhos, daqueles que geram aos rótulos premiados as famosas medalhas nas garrafas. Por isso, quero compartilhar essa experiência com vocês e falar um pouco sobre esse assunto.

Foi minha primeira vivência como jurada (fiquei feliz demais com o convite, a propósito), e o concurso foi aqui no Brasil mesmo, organizado pela Associação Brasileira de Enologia, e se chama Brazil Wine Challenge.

Tinha gente e vinho de todo lado. Foram 74 jurados de várias partes do mundo e 903 vinhos avaliados de 15 países diferentes.

As provas de degustação são bem técnicas, com profissionais que efetivamente conhecem processos de elaboração da bebida, bem como questões mercadológicas. 

Garanto que tudo foi avaliado e não faltou muito cuidado e profissionalismo. Caso você esteja ainda se perguntando se deve ou não acreditar nas notas e medalhas atribuídas aos vinhos.

Keli Bergamo como jurada de vinhos

Mas o desfecho desse concurso torna o resultado absoluto? De forma alguma! 

Em um mundo com milhares de vinhos diferentes e de distintas nações, apenas 903 estavam inscritos pelas vinícolas (veja como o número que parecia imenso agora parece minúsculo). Quantos de seus pares (da mesma região, casta ou estilo) optaram por não estarem na competição ou simplesmente não se importam em ostentar medalhas de prêmios?

Isso é de suma importância para que nós, consumidores de vinhos, possamos entender que, muitas vezes, o marketing exagera na comunicação desses resultados.

Quem não leu por aí que o Brasil tem o X melhor espumante do mundo ou que um vinho espanhol de R$30 é melhor que grandes ícones daquele país?

Nenhum vinho é o melhor do Brasil, do mundo ou da Via Láctea porque foi muito bem pontuado em um concurso. Mas sim, é o melhor em meio a concorrentes que estavam a disputa. 

Os concursos são de importância para o mercado.

Sim! Tenham certeza que as avaliações foram cuidadosas e, naquele cenário, o vinho se destacou de fato entre os avaliadores que variam entre diversos profissionais do setor.

– Devo tomar só vinhos medalhados? Nãoooo! Tem produtor bom pra caramba que não tá nem aí, ou simplesmente não quer gastar se inscrevendo ou enviando seus exemplares para concursos.

Voltando lá no que eu disse na primeira newsletter da Única, prove vinhos com pontos, sem pontos, no supermercado, na enoteca, mas prove. O melhor avaliador de um bom vinho é você mesmo.

A propósito, nesse link você encontra os rótulos premiados no Brazil Wine Challenge. Até mais.

Assinatura Keli Bergamo Vinhos Única

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