Como harmonizar seu vinho com o verão

Vinho e verão: é quente essa harmonização

Você não leu mal o título da nossa coluna sobre harmonização: vamos falar de vinho e calor. Por mais que pareçam óbvias as opções de consumo de vinhos nesta época de temperaturas altas, a escolha nem sempre é tão fácil. Há quem diga que vinho não combina com verão, mas eu lhes digo o contrário e pergunto a vocês: por que não?

Deixemos de lado as interpretações mais austeras acerca do vinho, que quase sempre dão origem a conversas que favorecem as características dos tintos tânicos e encorpados. É extremamente ultrapassado, mas há quem ainda torça o nariz para outros vinhos que não sejam tintos e que associem o consumo da bebida apenas aos dias frios. Pois perde tempo quem mantém tal pensamento e hábito vínico, afinal, não existem regras quanto à melhor ocasião para se beber vinho. E digo mais: o verão combina perfeitamente com o frescor, a acidez, os sabores frutados e os aromas florais que uma vasta gama de vinhos tem.

Como orientação básica podemos pensar que os vinhos brancos, espumantes, rosés e tintos de corpo leve serão o caminho para os dias quentes, para acompanhar almoços, jantares, dias na piscina ou de praia, tardes de aperitivos ou um belo churrasco. Hoje em dia, encontrar a opção mais assertiva para cada ocasião tem sido cada vez mais fácil se considerarmos a praticidade e diversidade que o mercado tem oferecido. Quem ama esse alimento ancestral nem sempre quer uma garrafa repleta de complexidades que lhes façam sentir que precisam analisar o que estão ingerindo. Às vezes só queremos usufruir dos muitos prazeres do vinho, ainda que sejam prazeres não contidos na garrafa – como o simples socializar.

Bollinger Champagne no barco em um dia de sol

Entendam que, ao dizer isso, não estou de forma alguma tentando instigá-los a não mais dar valor às deliciosas e desafiadoras análises possíveis de se fazer em uma única garrafa de vinho. Estou é, em complemento a isso, motivando também o consumo livre de preconceitos e da rigidez que ainda transpassa esse universo.

Agora, direto ao ponto central dessa conversa: quais vinhos consumir nessa época do ano? E como? A seguir, para facilitar as nossas vidas, trago dicas para harmonizarmos com maestria o consumo de vinhos no verão:

Atenção à temperatura de serviço

Ainda que brancos, espumantes e rosés sejam mais leves, se a temperatura de serviço dos mesmos não for cuidada com atenção, o seu consumo já não será tão prazeroso, ainda mais no clima quente do verão. Para não ter erro, 30 minutos de geladeira ou balde de gelo para os brancos e rosés serão suficientes para a primeira taça. Para as seguintes, já vão mais alguns minutos que garantem a temperatura ideal. Já os espumantes devem estar sempre bem gelados.

Servir o vinho em temperaturas elevadas não apenas leva à sensação da ausência de frescor e leveza, como prejudica suas nuances de sabor e aromas. Uma dica é a de congelar uvas e usá-las nas taças de vinho para garantir uma refrigeração maior, sem que haja acúmulo de água na bebida.

Garrafas, latas, growlers e bags

Deixemos de lado a exigência das garrafas e rolhas quando pensamos em vinho, até porque nem sempre esse padrão é essencial. Vinho bom não é sinônimo de rolha ou de vidro. O verão pede vinhos leves e jovens, o que já descarta vinhos de guarda que obrigatoriamente precisam do armazenamento clássico para a sua correta evolução. Para o clima quente e tropical, embalagens como latas, growlers, bags, entre outras não apenas facilitam o transporte, como podem acelerar o percurso até a temperatura desejada para o serviço.

Dispensemos também a falsa ideia de que vinhos não engarrafados são produtos de pior qualidade. Garanto que tem uma porção de vinhos sendo produzidos e comercializados de qualidade duvidosa, muito bem embalados em garrafas de vidro com suas rolhas de cortiça.

E o que comer?

Climas quentes nos deixam mais indispostos e, portanto, pensar em uma alimentação mais leve, assim como relacionar os vinhos leves a estes alimentos, vai garantir um verão mais agradável. É importante, no entanto, entender que nem só em saladas uma alimentação deve se basear. Sejamos criativos: também é tempo de sanduíches, sopas frias, ceviches, antepastos, além de sobremesas leves à base de frutas. Vale diversificar!

E os bons drinks?

Até nisso o vinho salvará!

Drinks à base de brancos, tintos, espumantes, rosés e até mesmo fortificados podem ser uma ótima opção para dar leveza, sabor e cor à bebida. De um bom Clericot que pode levar um branco ou espumante, passando por uma bela sangria com tintos leves, até um Portonic com um potente Vinho do Porto, incluir frutas, águas gaseificadas e ervas, é o caminho para garantir drinks frescos e que inclusive podem ser preparados em jarra para se compartilhar.

Bom, e para não dizer que não falei de rótulos, vou deixar algumas dicas de vinhos que harmonizam bem com o clima quente. Lembrando que espumantes são sempre bem-vindos e que, na escolha dos tintos, uvas como Pinot Noir e Gamay traduzem a leveza que se espera para o verão. Espero que gostem:

– SONROJO ROSÉ 

País/Região: Espanha/Navarra

Produtor: La Calandria

Uva: Grenache (Garnacha)

Safra: 2018

Graduação alcóolica: 13%

Preço médio: R$140,00

– SUSANA BALBO SIGNATURE ROSÉ 2022

País/Região: Argentina/Mendoza

Produtor: Susana Balbo

Uvas: Malbec e Pinot Noir

Safra: 2022

Graduação alcoólica: 13%

Preço médio: R$ 190,00  

– CHARDONNAY CASA VICCAS VINHO LARANJA 

País/Região: Brasil/Monte Belo do Sul e São Valentim

Produtor: Casa Viccas

Uva: Chardonnay

Safra: 2021

Graduação alcóolica: 12%

Preço médio: R$130,00

Assinatura Vinhos Única Chef Aline Guedes

Destaques

ÚLTIMAS INSCRIÇÕES!! - I Simpósio Única Acidez para pessoas ácidas (e não ácidas)
,

ÚLTIMAS INSCRIÇÕES!! – I Simpósio Única Acidez para pessoas ácidas (e não ácidas)

Participe deste evento único e mergulhe no mundo dos vinhos com especialistas renomados. Garanta sua vaga! Inscreva-se agora!
Toda acidez será neutralizada (e vai te fazer salivar) Pt II
, ,

Toda acidez será neutralizada (e vai te fazer salivar) Pt II

Nesse texto o Pablo Fernandes vai nos ajudar a explorar as interações sensoriais entre receptores gustativos e acidez no vinho.